Artrose do Joelho

O que é artrose do joelho

A artrose é uma doença que se caracteriza pelo desgaste da cartilagem articular. Também é conhecida pelo nome de osteoartrite ou simplesmente artrose. Quando acomete o joelho, é denominada gonartrose. Tem um caráter inflamatório e degenerativo. Geralmente tem uma evolução lenta, progredindo com a idade. Estudos epidemiológicos estimam que cerca de 5% dos indivíduos com menos de 30 anos são portadores de artrose do joelho e que quase 100% dos pacientes com mais de 85 anos possuem artrose.

A cartilagem articular é uma cartilagem do tipo hialina e é constituída por proteínas, colágeno, células(condrócitos) e água. É um tecido vivo, que sofre alterações dinâmicas. Quando o processo de regeneração realizado pelos condrócitos fica mais lento que o processo natural de destruição da matriz condral, a cartilagem fica mais fina e desorganizada e um processo inflamatório se instala, o que também ajuda a aumentar o desgaste articular.

Principais Causas

O desgaste da cartilagem articular do joelho (artrose), pode ocorrer devido a diversos fatores, sendo os mais comuns:

  • Sobrepeso e obesidade: Por ser uma articulação que recebe carga, está diretamente relacionada com o sobrepeso e a obesidade. Justamente por isso, um dos pilares do tratamento é a redução do peso.
  • Forma do joelho: As deformações do joelho também pode contribuir para a artrose. Assim, joelhos bastante arqueados (geno varo ou varismo do joelho) normalmente desgastam muito a parte interna ou medial do joelho. E, joelhos “em x” (geno valgo ou valgismo do joelho) desgastam mais a parte externa ou lateral do joelho.
  • Fatores traumáticos, como fraturas, entorses e o excesso de atividades também são fatores importantes no aparecimento da artrose. Pessoas que tiveram um ligamento cruzado rompido e que não operaram normalmente desenvolvem uma artrose precoce em relação ao lado não lesado.
  • Doenças sistêmicas como artrite reumatóide, condrocalcinose, sinovite vilonodular, gota e doenças infecciosas como a pioartrite, também são causas de artrose do joelho. O fator genético ou hereditário tem um peso importante na gênese da osteoartrose.

Principais sintomas

A dor é a principal queixa do paciente com artrose. E sua intensidade dependerá do grau de artrose. Inicialmente poderá ser apenas um desconforto após uma caminhada mais longa, após subir alguns lances de escada. E vai progredindo para uma dor de forte intensidade, mesmo no repouso e na cama. A rigidez, com dificuldade para dobrar o joelho e também esticá-lo, também está presente. É comum a rigidez matinal, que melhora no decorrer do dia. Alguns pacientes se queixam de uma tumoração na parte posterior do joelho, como se tivesse aparecido uma “bola”. Normalmente é um cisto, que denominamos de cisto de Baker. O joelho pode inchar, nesta situação usamos o termo técnico de derrame articular. A crepitação, com estalido até audíveis, é comum ao subir e descer escadas. O formato do joelho pode se alterar, tornando-se mais volumoso e pode sofrer uma deformidade visível. A amplitude do movimento pode diminuir, assim o paciente pode não conseguir mais esticá-lo completamente ou pode não dobrá-lo totalmente.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico é facilmente realizado e baseado na história, no exame físico e em radiografias simples (Raio-x). Em alguns casos selecionados podemos solicitar exames mais sofisticados como tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Alguns exames laboratoriais podem mostrar doenças reumatológicas ou infecciosas.

Como é realizado o tratamento

O tratamento deve ser individualizado, considerando as características de cada paciente. Assim, a idade, as atividades que ela pratica, seu peso, a presença de deformidades, a intensidade da dor, a presença de doenças sistêmicas, todos estes fatores devem ser considerados. Portanto, seu médico é quem melhor pode avaliar qual o melhor tratamento. 

Abaixo listo os principais tratamentos:

  • Tratamento Comportamental
    • Peso: o controle de peso é de fundamental importância na artrose do joelho. Alguns quilos a menos podem significar uma artrose sem dor, sem remédio, sem cirurgia e controlada. E alguns quilos a mais normalmente pioram o grau da artrose;
    • Mudança de atividade: o excesso de atividades físicas pode desgastar a cartilagem excessivamente e às vezes é necessária uma redução na carga de exercícios (saber poupar!). Algumas atividades podem ser substituídas por outras que causam menor impacto. Por outro lado, o sedentarismo também é prejudicial e exercícios leves com orientação (priorizar a flexibilidade e os alongamentos) são fundamentais no tratamento da artrose.
  • Tratamento Medicamentoso
    • Existem diversas categorias de remédios que podemos utilizar. Assim, os analgésicos e antiinflamatórios são os mais utilizados, ajudando basicamente a controlar a cor, sem efeito sobre a evolução da doença. Os medicamentos chamados condroprotetores atuam diretamente na cartilagem, podendo diminuir a progressão da artrose, além de também contribuir com algum efeito antiinflamatório. Dentre os condroprotetores,os mais utilizados são o sulfato de glicosamina e condroitina (normalmente associados) e os colágenos;
    • A viscossuplementação é um tratamento que tem apresentado resultados muito bons. Consiste na injeção de um “lubrificante” chamado ácido hialurônico que promove a diminuição do atrito articular e a diminuição da inflamação, melhorando a dor e a mobilidade.
  • Terapias
    • Fisioterapia: através de meios físicos analgésicos (ondas curtas, ultrasom, gelo, calor) e através de meios cinesioterápicos (alongamentos, fortalecimento muscular, manipulações) é bastante empregada e tem um efeito bastante positivo no controle da dor;
    • Acupuntura: também pode ser utilizada, alguns pacientes relatam um efeito analgésico interessante com mínimos efeitos colaterais;
    • Pilates;
    • Hidroterapia.
  • Tratamento Cirúrgico
    Dependerá de uma análise detalhada do paciente e criteriosa do médico, do grau de artrose, de patologias associadas, da idade do paciente, de cirurgias prévias realizadas. Algumas possibilidades são:
    • Artroscopia: podemos realizar uma limpeza (toillete) cirúrgica de fragmentos articulares (corpos livres), meniscectomias parciais, sinovectomia, que podem contribuir para um alívio temporário da dor. Normalmente indicada apenas naqueles casos de artrose incipiente.
    • Osteotomias: são cirurgias que promovem cortes ósseos para corrigir deformidades da tíbia ou do fêmur. Assim, pacientes com o joelho muito arqueado (varo), podem ser submetidos a uma osteotomia valgizante da tíbia. E pacientes com o joelho em “x” podem ser submetidos a uma osteotomia varizante do fêmur. Nestas cirurgias utilizamos placas e parafusos que fixam o osso na posição desejada. Normalmente o paciente fica um período sem apoiar o pé.
    • Artroplastias (próteses): as próteses parciais ou totais são utilizadas para substituir a articulação. A mais utilizada é a prótese total, que consiste na substituição do fêmur, da tíbia, da patela e na colocação de um plástico especial (polietileno) entre estes componentes. A indicação da cirurgia da prótese deve ser analisada com muito cuidado pelo médico, levando em conta a intensidade da dor, o grau de artrose e deformidade, o peso do paciente, a presença de doenças associadas. Quando bem indicada, bem executada, a prótese do joelho apresenta resultados gratificantes, com a melhora da dor, melhora da mobilidade e correção de deformidades. Esta cirurgia deve ser realizada num hospital de médio ou grande porte, o paciente fica internado de 3 a 5 dias e normalmente já sai andando com o auxílio de andadores. Uma fisioterapia bem executada no pós-operatório também é fundamental para o sucesso deste procedimento.

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