A artrose ou osteoartrose do joelho é uma das doenças osteoarticulares mais comuns na população acima dos 50 anos. Caracteriza-se pelo desgaste da cartilagem que recobre um ou mais ossos desta articulação, a saber: fêmur, tíbia e patela. Os sintomas mais comuns relatados pelos pacientes são: dor, dificuldade para caminhar, dificuldade para subir escadas, falseios, limitação para dobrar ou esticar completamente o joelho, inchaço, barulho, desvios ou deformidades, entre outros.
As limitações da artrose dependem de uma série de fatores: peso do paciente, tolerância pessoal à dor, idade, atividade profissional ou física exercida, grau de desgaste, entre outros. Assim, o tratamento da artrose do joelho deve ser muito individualizado. Pacientes idosos com um grau de artrose leve e pouca demanda funcional podem ser tratados apenas com medicamentos analgésicos comuns. Já pacientes jovens, também com artrose leve, mas com demanda funcional elevada (muito esporte, por exemplo), podem necessitar de diversos tipos de tratamento, como medicações mais fortes, infiltrações e até cirurgias.
Neste artigo vou somente expor minha experiência com infiltrações no joelho para o tratamento da artrose. Normalmente pontuo que este tratamento é paliativo e pode requerer repetições periódicas. Explico ao paciente que um tratamento complementar poderá ser necessário num outro momento. Normalmente está indicado nos pacientes jovens em que uma cirurgia de prótese ainda deve ser postergada ou naqueles mais idosos em que uma cirurgia apresenta contra indicações clínicas ou naqueles casos em que o paciente rejeita o tratamento cirúrgico.
Venho utilizando há um bom tempo, com boas respostas, dois tipos de medicamentos para infiltração nos joelhos :
1 – Corticóides diluídos em anestésicos. Cito alguns nomes: triancil, depomedrol, diprospam, beta30;
2- Lubrificantes, num processo de viscossuplementação. Cito alguns nomes: Synvisc, Euflexa, Synovium, Polireumin.
Tenho usado com frequência os dois tipos, numa associação em que as características analgésicas e antiinflamatórias dos corticóides são somadas ou potencializadas às características de lubrificação do segundo grupo de medicamentos. Assim, costumo aplicar uma infiltração de corticóide num primeiro momento e depois três aplicações, semanalmente espaçadas, de lubrificante. A melhora destas infiltrações pode ocorrer por um período de meses ou anos, dependendo dos fatores já listados acima. Pode também ocorrer uma resposta pobre ou nula dependendo do caso, ou seja, pode não melhorar nada. Mas isto é incomum e deve ser colocado ao paciente antes deste tratamento. Nesta situação, provavelmente uma cirurgia deverá ser indicada.
Finalizando, o tratamento da artrose do joelho deve ser discutido com o paciente e deve ser individualizado para uma melhor resposta. E dentro do tratamento clínico, a infiltração pode ser uma valiosa arma terapêutica.